Sorriso parvo
Não consulto o vereditos dos astros
Sou um convertido presenciador
Da insignificância do ser .
Não vivo sequioso de revelações imateriais
Tenho o bicho terrífico da vida
Diligentemente embalado numa capa de ironia
Canto a vida numa funesta desarmonia de acordes
Mas os espectadores fugiram
E a minha voz ficou sozinha comigo
Disperso e extraviado nas minhas abstrações
Enredado em cismas teimosos
Confrontando-me com o invariável quotidiano
Sumido na minha condição de ser
Cativo em mim e em mim escondido
Submerso por um marasmo de silêncio
Poiso nas coisas amadas um ar de conclusão
Esquecido e mirrado de ponderação
Entrego-me à besta desvairada do que ignoro
E sorrio...e sorrio...e sorrio...parvamente.