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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Algemas de areia

Empenhamos a nossa própria pele

Medimos os dias...fugimos de nós

Sonhamos numa língua estranha

Como se fosse um rabisco ilegível

Procuramos o mar

Receamos a nossa própria casa

Somos a luz dormente

O fruto caído no chão

O som de metal reluzente

Hálito de mãos cegas

Decalcadas de um tempo escuro

Infatigável sombra

Que nasce sob uma água gorgolejante

Vinho mastigado em silêncio

Acende-se a luz e percebemos que partimos

Que o escuro roda indefinidamente à nossa volta

Como um fruto ossudo

Teia de aranha metálica

Algema de areia

Aninhada no fundo de um fruto amargo

Poisamos os pés num hálito bêbado de sonhos

Berço feito de tela inimaginável

Rabisco de lugares

Envoltos em terras empestadas de ladainhas

Sobreviveremos...