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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Um ser Divino

Enrolou-se na luz do sol

E fez-se noite dentro de si

Saiu do sonho e lavou-se

Pousou a luz dos olhos

E ofereceu ao céu um abraço

Um abraço feito de um chão vermelho

Era a sua oferenda...o seu tempo

Que dava em troca do clarão que o iluminou

Ajoelhou-se...recebeu em si os gritos do mundo

Superou o arfar da alma...era livre

Enfeitou-se depois com todas as encruzilhadas

Estremeceu com a sua nudez.

Abraçou o mundo...

Encheu os olhos com o clarear vertiginoso do firmamento

Era seu o tempo...

Quis ser qualquer coisa

Talvez uma sequóia...ou uma fagulha azul

Ofereceu-se todo inteiro...adejando ao vento

Como uma bandeira feita de gritos nus

Escutou-se...brilhava em si um clarão trovejante

Era a espuma do firmamento

Desceu solenemente de si

Atravessou a espessa fronteira dos mundos...fez-se trovão

Queria esquecer que existem sopros que podemos tocar

Arrependimentos feitos de palha dourada

Que não podemos oferecer

Vertiginosas asas invisíveis que rasgam sóis de ferro

Deixou de ser dele...

Perdeu o olfacto que habitava nas frestas da alma

Os dias eram agora negras poalhas loucas

Assimétricas aves espumantes

Pomposos desamparos

Escutas de ancestrais planícies...horizontes solitários

Rasgou-se como uma carta que carrega más notícias

Cestos de memórias empacotadas

Emergiu...submergiu...dançou

Abraçou a luz e a água

Era agora um ser Divino!