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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Pergunta-me se te amo

Queria repousar e deitei-me sobre a terra

Condenei os meus suspiros a submergirem

Tapei-me com uma tarde fria

Maltratei todas as aves e todas as flores...fui hediondo

Mas não sabia como rasgar os trajes desabitados

Eu era o último pensamento

Era o despedaçar de subterrâneos desconhecidos

Saltitar de cinza sobre ruínas...

 

Sei que não há nada como o mar

Que lá a voz não tem caminhos..é livre

É como uma pluma que oculta a mágoa

Um rosto que perdeu a guerra..

Uma máscara que emergiu de um clamor indefeso

Desolada convicção de amor...

 

Entra...não estranhes a casa...sobe

Desaba comigo...pergunta-me pelas aves de rapina

Pergunta-me pelos lençóis que não tenho

Pelo sangue que não derramo

Pela paisagem desaparecida...

Faz-me as perguntas mais absurdas

Aquelas para as quais não tenho resposta

Pergunta-me se te amo...

Mistura os teus pés com os meus

Descalça o coração...mostra o rosto

Rasga-te em mil fanicos

Cobre-te de melancolias...besunta-te com mel

Quero sorver-te...sangrar

Existir dentro do teu ventre...ser o teu suspiro quente

Quero ser tudo isso

corpos misturados sobre um chão em ruínas...

Onde a madeira do soalho

Que acompanha os nossos gemidos

Goze como nós...sejamos tudo!