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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Na sombra do teu corpo

Há um fulgor branco

Que atravessa as tuas tranças aneladas

Uma luz inexplicável

Passo por ti num voo sem rumo..desnorteado...dormente

Sou um excesso alucinado

No meu íntimo rosto trago algas e lagoas

Sedes de extinções...dedos imperfeitos

Perco-me num fogo rápido

Sou um cometa excessivamente veloz

Sou um fogo esguio

Atravesso os nevoeiros de cinza

Extingo as cidades

Descubro noites em rostos calados

Procuro o meu oásis

A minha palmeira alucinada

Um gelo que me acolha

Flores subterrâneas crescem nas paredes

Sobem aos quartos...conhecem-nos

Trazem memórias de outras flores

De outros destinos...de outros estremecimentos

Esguias estrelas amanhecem junto aos narcisos amarelos

Putrefacções de silêncios

As amendoeiras estão em flor..estou longe

Recolhi-me na solidão de uma nebulosa

Num quadrado imperfeito

Num regresso a um falso grito

Asco de concha encerrada

Sonho com todos os teus dedos

Enfeitados com anéis que guincham brilhos

Extingo-me lentamente numa memória sepulcral

Deito-me...esqueço-me de ti

E embebedo-me numa dança ventral

Que ondula na sombra do teu corpo ausente!