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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Abraço

Lembro-me das portas ocultas

Do verniz abandonado sobre as unhas...de paisagens

Pequenas coisas que a minha memória persegue

Produzindo silvos agudos e estreitos

Lembro-me dos teus dedos soltos sobre o vento

Acariciando os meus cabelos voláteis

Respirávamos ar antigo

Penumbra de vómitos na madrugada

Dispersões de haxixe

Num pequeno espaço imitávamos o tempo

Sabíamos que nunca mais lá voltaríamos

Abandonámos os nossos rostos à nostalgia

Ao misterioso silvo que ecoava num vento distante

Esperámos que as areias sossegassem

Que tudo se acalmasse...que a noite viesse

Até que os nossos corpos se desprenderam

E se elevaram como máscaras ao vento

Dentro de mim ressoa ainda aquele marulhar das ondas

Aquela memória encoberta

Aquela cinza que se sente na espera

E de derrama por entre os canteiros de flores

Sabedoria de borboletas

Recomeçar de certezas absolutas

Não há quartos onde dormir

A rua suspira por nós...afastemo-nos

Persigamos os corpos golpeados pelo prazer

As sílaba movem-se

As paisagens respiram através de todos os rostos...

E nós...corpos estreitos na solidão purificada das palavras

Abraçamo-nos!