Os grilos
Os grilos cantam na noite
um homem olha as estrelas
e sente frio.
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Os grilos cantam na noite
um homem olha as estrelas
e sente frio.
Estratégicas veias tremem de frio
Assustam-se com as palavras...estão exaustas
Chego a casa e ouve-se uma música...cheia
Como uma espiral com arestas
Ou um papel dorido pelas palavras
E o corpo é uma fenda
De onde escorrem plantas desgastadas
O peito é apenas algo que se debruça sobre a fundura da angústia
Uma mancha na noite
Plasticidade de sustos encardidos
Respirares dolorosos...vidros gastos pelas luzes
Os dias incham perante mim...procuram os bosques
Ganharam dedos dentro da boca
Agarram...agarram-me...querem que escreva os seus nomes
E eu latejo dentro da folha em branco
Estrangulo as avenidas
Tamborilo sobre as sombras
Respiro como uma solidão poeirenta
E o silêncio cai verticalmente sobre as ervas esfaceladas
Assusta a sombra das paredes
Perfura as janelas...
Progride vertiginosamente como uma anémona rara...plástica
E as minhas pálpebras sonham manhãs doridas
Intimidades desgastadas
Aquáticas fendas nas noites
Já não me espanto
Espero que o som das plantas de acorde
Que o vento me liberte
Que me reveja no fundo branco de uma parede caiada
Eléctrica...sem idade...