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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

És a minha salvação

Perfeita é a catástrofe que gera o mundo

Largos são os caminhos onde já passei

Os dias eram meus...

Mas deixei-os noutro lugar

Talvez se encontrem agora nas areias

Talvez sejam mitos inacabados

Esperanças? Certezas?

Nada encontro dentro deles

Sigo a minha memória.

Encontro lugares esquecidos

A casa pequenina...a esperança

Vejo o olival inclinado

O luar assustado pela escuridão do rio

Deixei cair longe a minha herança

Na minha pele nascem plantas

Como estilhaços de pétalas acesas

Feridas profundas

O passado fragmentou-se em fotografias descoloridas

Sorrio...não me queixo

Tudo o que possuo são memórias dos dias

Em que o futuro ficava tão longe...envelheci

Tenho agora as mãos povoadas

Por pequenos fragmentos de letras

Espalhadas sobre o teclado

Grandes histórias de recomeços

Jogos de morte...heranças de feridas apagadas

Sombras crescem sobre os canaviais

Regresso ao amanhecer

Perdi a noite...envelheci mais

Agora vagueio sobre uma inútil pele cansada

Caminho sobre um luminoso raio solar

Despeço-me de ti...abraço-te...quero-te

Nada mais posso fazer

Retorno sempre a ti...

És a minha salvação!