A eterna palavra...amor!
Quem serás tu divinal criatura
Que chegas como uma ave prometida
Que caminhas por entre camas friorentas
Que convidas os odores do verão florido
Acompanha-te o rústico gelo de uma pedra
Ornamentada com desconhecidos corações...
Vens como uma ave
Que sepulta a sua beleza sob as penas encolhidas
Mas és alma florida
És fruto feliz
És pensamento de mistério...
Convido-te a receberes-me nos teus braços
A reconheceres em mim o teu jardim
Como se eu fosse um convidado luxuriante
Uma azulínea figura
Um irreconhecível serão
Pela minha parte
Serei aquele que devasta o teu silêncio
Que semeia os teus sorrisos
Que te colhe...
E mesmo que a ventania
Sopre sobre as flores mais delicadas
Não arrancará a floração da nossa alma
Não mutilará o nosso coração
Somos pessoas em flor...
Hoje podemos juncar de rosas a nossa desolação
Podemos transformar a nossa alma num ramo florido
Podemos sepultar os nossos versos sob a lua clarividente
Podemos aquecer as mãos nessa melancolia
Que espalhámos sobre os caminhos
Porque finalmente podemos contemplar
A eterna palavra...amor!