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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Íman

Espero que as palavras capturem a luz

Plena e bela cinza de um tempo anterior

Extensão da cidade que resta no horizonte

Sangue de pestanas que os dedos alcançam

Cabide onde as aves rabiscam sombras gigantescas

E onde se vestem os agoiros

Culpa feroz de imaterial secura

Distância de sonhos geográficos.

 

Escavo as asas do tempo

Asfixiante sangue que escorre dos barcos...África aflita

Fardo enrolado em emoções infinitas

Plumas de sombras batendo as asas

Corpo suspenso num mar desfasado

Lonjura fabricada numa teia de aranha..

Lugar suspenso no tempo

Na deslocação dos olhares

Abrem-se escravidões na areia

E as pedras asfixiam as nossas pálpebras de bronze

A carne é escura..a vida secular

Seremos um dia aves metálicas

Presas num íman sem distância...