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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nas ruas da cidade

Nas ruas da cidade secreta rebentam memórias

Deambulações que devoram corpos

E ainda é tão cedo...

Amanhã lavaremos as esquinas

Com águas de esperança

E navegaremos nos ardores dos crepúsculos

Espantar-nos-emos com a nossa respiração

Descansaremos os corpos nos rios navegáveis

E das janelas precipitar-se-ão flores estranhas

Não saberemos o que fazer com as pálpebras

Devoraremos insectos na manhã húmida

E cansaremos a noite com as nossas forcas de seda

Rindo desaustinadamente do espanto

Que devora os olhares dos passantes...