Nas ruas da cidade
Nas ruas da cidade secreta rebentam memórias
Deambulações que devoram corpos
E ainda é tão cedo...
Amanhã lavaremos as esquinas
Com águas de esperança
E navegaremos nos ardores dos crepúsculos
Espantar-nos-emos com a nossa respiração
Descansaremos os corpos nos rios navegáveis
E das janelas precipitar-se-ão flores estranhas
Não saberemos o que fazer com as pálpebras
Devoraremos insectos na manhã húmida
E cansaremos a noite com as nossas forcas de seda
Rindo desaustinadamente do espanto
Que devora os olhares dos passantes...