No clarão das palavras..
No clarão das palavras...
a ingénua sede do amanhã.
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No clarão das palavras...
a ingénua sede do amanhã.
Nos próximos dias vou publicar uma série de poemas de Natália Correia, dedicados a Marcelo Rebelo de Sousa, aquando da sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa e que, no fundo, também é uma caricatura da sua actual Presidência da República:
Marcelo até Almeida
Da cartola ofícios piedosos
tira Marcelo que em humilde mística,
do papagaio os bicos dolorosos
para carregar o lixo, mortifica.
Vencendo o asco que ao menino bem
da vil lixeira o tremedal provoca,
vomita, mas a estrela de Belém
para à Câmara o guiar Marcelo invoca.
Chorando pérolas amrgas no chiqueiro
num andar aos papéis que não tem fim,
a Santo António de Lisboa milagreiro
Marcelo oferece o derreado rim.
E em purgante epopeia camarária
do martírio fazendo nova Eneida,
proclama em santidade proletária:
não me chamem Marcelo, eu sou Almeida.