Olhar preso a ti
Nas quilhas dos navios rumorejam as águas
Por mim alastra uma incessante maresia
E das cidades emergem vozes explosivas
Fingimentos onde o corpo se apaga
Acalmados os olhos...diluída as esperanças
Resta-nos as cartilagens marinhas
E as aves selvagens.
Apenas quero prender a ti o meu olhar
Fingir que sou uma noite seca
Ou uma cor acetinada...
Nas sombras da poeira
Vejo silêncios incrustados nos gestos
Das árvores desprendem-se
Luminosos desmaios de folhas louras
Gritos de sonos ascendem aos olhares
A luz pernoita no silêncio
Os corpos secos exalam memórias
Caminhos...texturas aromáticas
Línguas estáticas desmaiam na ausência
E um grito sobe na noite
Estou feliz!