Passeio o olhar pelas estrelas
Como um beduíno sentado na noite
Passeio o olhar pelas estrelas
Brilhos atravessam a escuridão
Como missangas de luz palpitante
Embaraçando-se na memória
De mundos feitos às avessas
Ausências esperam por mim
Deflagro num jorro de sonos impermanentes
Entro vagamente no reino dos sonhos
Das insónias e das amarguras
E todas as marés me perdoam
Todos os sorrisos desmaiam
Esqueci-me de ti...
Esqueci-me de ti quando contemplei o florescer dos lírios
Que crescem imperturbáveis
Perante o olhar de uma poeira ausente
Ou dum grito que fere a crosta da terra!