Chove sobre os nossos olhos
Chove sobre os nossos olhos
Que dançam sobres as campas rasas
Ao som dos nossos crimes
Chove sobre as campas rasas
Que discretos olhos fazem céus
Chove sobre os nossos corpos rígidos
E sobre os nossos destinos emocionados
Destinos que pendem como frutos na árvore dos dias
E que caem sobre desertos alucinados
Chove sobre os nossos corpos inventados
Colocados nos ramos dessas árvores adormecidas
Em cores frias acordamos
Que ofuscados pelo tamanho das honras apodrecidas
Ostentando medalhas de mármore
Castanho...rosa…branco...negro...
Chove sobre os nossos corpos descarnados
Que perguntam pela nossa maresia
E pelo nosso corpo sem dentes e sem imagem
Qual foi a maldição fraternal que inventou a beleza?
Qual é o universo onde dançamos... imaginários?
Que afeição trabalha os cálculos impacientes?
Que fortuna imbecil reflete a nossa dança?
Que riscos não corremos para ouvir um espírito musical?
Ah! guerra fraternal de nós...
Ah! guerra fingida apreciada pelas crianças
Ah! japonesa de olhos rasgados que levanta voo pela colina
Ah! dupla razão de existir e de infletir
É sempre tempo de infletir... sem refletir...
É sempre tempo de enviar imagens de luz para o universo
Simples raios de luz que ficam a pairar na eternidade
Como olhos sufocados pela força dos lábios!