Falha... tens um corpo e uma alma
Falha... tens uma memória e um caminho...falha...
Tens-te a ti próprio e à tua falha
E sabes que no começo de cada vida há um romance inacabado...
Uma (...)
Olhar o espaço...
Desconhecer a distribuição dos planetas
Passar pelos dias como uma janela esventrada
Expelir pelas guelras dos peixes
O pavor das paisagens encobertas.
Paralelo (...)
Na perna do vento
Se apoia a formidável raiz do mundo
Homem-claustro a resplandecer na sombra de si
Silêncio-música a ecoar na sua harpa interior
Caminho que se escolhe com solenidade
B (...)
Seguia pela rua e pensava em quem seria ele amanhã. Ou depois de amanhã. Ou dali a alguns anos. Sabia que podia ser qualquer coisa. Missionário descalço na beira-mar. Consciência de sol. (...)
Emito um longo sorriso forçado...
Que retiro de uma caixa de lacre chinês...
E depois de almoçar...visto duas mãos imensas...
E vou para o terraço apertar os sapatos...
Sigo depois pela (...)
Nunca poderei dizer quem sou
Imperfeito ser de mãos postas no martírio
Porta de espinhos aurora inacabada
Ácido sangue riacho íntimo
Fiacre sombrio absurdo estilhaço
Esperança (...)
Era noite mas não tinha anoitecido. A luz tinha sido comida. Pelas casas. Pelas árvores. Pelas estradas. A luz tinha desaparecido. Ele estava calado. Sentado nesse recanto de tempo raro onde (...)
Cisco de lágrima a rasar o espaço
Brusca tentativa de ser menino
Perfeito interior de mundo que respira
Pela gávea baça do infinito.
Tripulei o tempo
Bebi de rajada a lágrima do orvalho
Créditos Eduard Gordeev Em dias de chuva gostava de caminhar sozinho pelas ruas da cidade. Coleccionava as gotas de chuva que lhe caíam na alma. Era o seu encontro face a face com a subtileza (...)
E falou. Falou para ouvir o seu silêncio. Falou para um exíguo céu de cobalto. Queria ouvir a sua voz a rebentar no fundo de si. Falou para a desconstrução do escuro. Para a desocupação (...)