Atrás de mim...o longo hábito da tua sombra. Paciente...espero uma palavra. Um discernimento. Uma explosão de lusco-fusco. Atrás de mim...a cristalização das recordações. A silenciosa (...)
Falemos das coisas que nos embalam. Dos discos e dos livros. Dos matizes da escuridão. De um peixe vermelho a nadar num aquário de fumo. Por vezes ouvimos coisas. Acreditamos em coisas. Frases (...)
Sabemos tão pouco sobre nós. Sabemos tão pouco sobre os sentimentos. E sobre a nudez. E sobre as gotículas incipientes da chuva. E sobre os nossos amigos. Mas sentimos. Sentimos ternura. (...)
São assim as coisas. Os dramas. As reconciliações. O poder abafado da solidão. Viver é aceitar o irreconciliável. Erguer os braços e desdenhar das folhas caídas. Ter princípios. (...)
Entre o espaço e os olhos pulsam sombras cinzentas. Formas movem-se por dentro de uma redoma de vidro. Mas são pessoas ou objectos com nomes de pessoas. São claridades que nos chegam de um (...)
Que correntes nos prendem? Que aspirações abandonámos? Que névoa nos tolda o discernimento? Escassos perante o mundo. Sentados numa sala a ver definhar os dias...esmorecemos como a tarde que (...)
Construímos enfáticas estéticas. Cumprimentamos os privilégios e os privilegiados. Desvendamos os segredos das sínteses e das sintaxes. Procuramos ser o melhor dos mundos. Como pêndulos (...)
Fechei a porta. Colapsei. Senti-me um denso deus menor. As folhas da infância desvaneceram-se. A realidade era um frio debruçado sobre a luz gradativa da tarde. Aprendi a juntar as mãos. Os (...)
O que é isso do amor? O que é isso do primeiro beijo e do primeiro acordar? E o sono? E a conclusão inexata da felicidade? Despertar é chegar. Decidir é partir. Erguer os olhos é ver o (...)
Não temos um nome para a alucinação dos corpos. Não temos um nome para os campanários das igrejas. E...contudo...achamos que eles indicam a direcção dos céus. Suspeitamos da combustão (...)