A água lava-nos como risos sem gosto...
Diz-me a fúria que a tua boca me fitou com sabor a salmoura
Que o teu dormir me acordou para o teu corpo naufragado..sem sonho nem grito
Que as águas subiram até às palavras e depois entristeceram...envoltas em sombras apagadas
Luas de prata espelham a violência das sepulturas...poucas palavras se dizem...
Poucos cânticos se podem entoar...a noite roça-nos como seda...pura seda
A água lava-nos como risos sem gosto...dormimos...fechados na ternura de um tempo inseguro
Do qual apenas possuímos a lenta agonia da paixão... a chave...o fogo...a destruição....