A ausência terminal da razão
Recolhido na minha escura furna
Construída pela ausência terminal da razão,
Refugio-me numa quase loucura esfusiante
Buscando nas palavras o sentido do essencial,
Porque sem palavras a vida torna-se indizível.
As palavras falam-me de medo e pânico
De homens desalinhados e decapitados,
Comoventes...de borco no pó da rua
Com a carne dessangrada a apodrecer.
Placidamente os sinos entoam a sua melodia
o Muezim anuncia o Adhan e,
Assombra-se a terra desentupida de almas
Volatizada definitivamente a última razão
O homem torna-se cadáver de si e... parte,
E com a sua partida....
A concórdia e a paz regressam serenamente