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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A derradeira pluma do sol

É tarde..o silêncio cresce

A boca devora a ignorância do vento

Hoje não quero ver o sol...

Hoje quero ser o sol

Lamento...

Mas não posso iluminar o abandono dos outros

Hoje apenas posso ser a cadeia

Que aprisiona as coisas sem valor

Ignoro quem passa

Falta-me a paciência para ser pessoa

Pressinto que há uma alma em cada árvore

Um morto em cada estalada do vento

Um corpo quebradiço...estalactitizado

Como se fosse o começo brando dos jardins

Um corpo feito pedra

Cheirando ao húmus dos pinhais

Um corpo que ressalta de censura em censura

Até chegar à frescura do ocaso

Onde o espera..

A derradeira pluma do sol...

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