A embriaguês colectiva
Enquanto manipulo o globo terrestre
Ouço-o narrar-me a biografia da humanidade.
Vejo lugares onde a mesquinhez vive em insustentável silêncio.
Vejo vácuos perdidos no seu sôfrego compromisso
De destruír pelas armas, almas e corações...vidas...
Numa embriaguês colectiva de ausência de sentimentos.
Vejo passeando-se nos corredores do poder
Olhares fixos, sinistros e desmembrados da razão
Oiço risos e conversas que à socapa
Procuram esconder a miséria do estado do mundo
Ostentando sorrisos manchados de morte.
No conforto dos salões, diabolicamente cristalizados em taças
Brinda-se numa paz podre e odiosa
Com copos cheios de pormenores secretos e inconfessáveis segredos.
O futuro, trancado e soterrado nos detritos do presente
Sofre o fadário de um tempo incerto e insano
Ofuscado e misturado com lixo da pequenês mental
Que por razões que não descortinamos é bastante nojento.
É como se estivessemos numa corda bamba sem protecção
Um banco desconjuntado feito de presciências injustas
De onde arrancaram os pés do sonho... que agora manqueia...
Como se fosse uma quimera falar na regeneração da humanidade