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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A face dos céus

Da boca escorria a pele dos sonhos

Os dedos desencontrados traziam algas na memória

A dor perfurava o desenrolar das ondas

E eu vibrava...como uma estrela diluída numa maré de silêncio.

 

De mim caíam pequenas chagas

O vento tombava nas minhas mãos

Arrastava o meu corpo no lastro da manhã

E eu repousava na clara luz da tua face.

 

Desembarco a minha voz na palidez do mar

Pouso os meus receios num liso nevoeiro

Regresso...à ausência da minha própria memória.

 

Divido-me em fantásticos espectros cristalinos

Que só a lonjura das planícies reconhece

E só num golpe de cinza se libertarão.

 

Quando entro nesse ritual de luminosos sóis

Esqueço a decepação gelada do mundo.

E tenho pena...

Da pobre geada a morrer na alegria do sol

Que cai da face perdida dos céus.