A flor exposta ao vento...
Deixa que o teu beijo crie rugas na minha face
Deixa que o teu beijo envelheça na sombra dos meus olhos
Deixa que o meu olhar reme contra a tua corrente...
Que sem saber de onde vem...trauteia uma ária longínqua que me contamina
Deixa-me empurrar a paixão com a minha voz húmida ...e presa à tua sombra
Deixa-me assobiar aquela música que reclama a eternidade...
Da nossa alma renascida...como um desejo...
E se o teu olhar crescer sobre um beijo...
E se o teu corpo se enroscar num sorriso...
E se a tua alma cair murmurante de desejo...
Então...é porque no céu a orquestra divina rejubila
É porque o leite deu flor sobre a vida
É porque o espaço grita sobre a eternidade
Que a poesia não morre...que eu não morro...
E que nós fizemos dos nossos dias..
Uma festa com relâmpagos e trovões...
Que triunfaram sobre a penumbra densa...
De uma delicada flor exposta ao vento...