A floração do Homem
I
Existência dissonante
Vértebra líquida...lágrima poética
Murmúrio de noite...suave flauta
Além o espaço
E para além do espaço...o frio
Nítida chama a tremeluzir na alma
Vítreo veneno de flor que alastra
Sobre a sombra granítica
Das memórias passadas
II
Poema mineral feito de veias profundas
Poema esboçado em palavras cristalinas
Poema queimado..gráfico do impossível
Poema anatomia de destino
Condensado no betume alado das feridas
Transparência vagarosa de luz
Destino de prado e fogo
Denso peso a sair do corpo
Substância de noite profunda
Impossível prata das palavras
Pele de noite e harmonia
Alma despida e metáfora de caminho
Peso de letra e frémito de voo
Tudo cabe no horizonte
De um breve sonho
Tudo cabe no estilete
De um grito ocasional
De um verso ocasional
Porque o poema é
A floração do Homem.