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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A fotografia da infância

Não trago mais em mim...do que uns olhos e umas pedras

Não trago mais em mim...do que um fogo e uma ternura.

 

Agarro o mundo com os meus dedos cósmicos

Desembaraço-me das estrelas e planto aves negras em cada beiral

E não digam que não vêem... as sombras do meu pensamento.

 

Por aqui ando a sentir este véu de tempo a consumir-me

Por aqui falo das rosas e dos trevos

E também...do meu desamor pela carne inútil dos dias.

 

Que fazem as nuvens que pairam num céu de corvos?

Que buscam os homens que pairam num tempo gretado?

E as noites...e a seda...e a indiferença...

Que diferença fazem na vida de cada um?

 

Perdeste as chaves...

Já não podes abrir a fotografia da tua infância...

 

 

As cores passam

Agitam-se em floridas longitudes

Iluminam lodos...afogam-se em pessoas sem nome

Mas as flores...continuam a florir

Inundando as almas...com desprendida beleza...

 

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