Olhar translúcido
A golpes de machado desfiz a pedra
Onde estava encerrada a minha alma
Agora estou sentado numa almofada feita de nuvens e estrelas
E descobri que a altura do mundo
É um plano inclinado para o esquecimento.
Sou suportado por troncos de espuma branca
Nos picos das montanhas revestidas com um brilho gelado
Há luminosas salas que dão para o silêncio
São salas feitas de risos e de pessoas
Que possuem raros olhos translúcidos.
Os vales da esperança regozijam-se
Com a chegada dos cavalos ao pasto
E se o Inverno ficava com dúvidas
De que os corações se alegrassem
Porque o Natal era um Lego que era preciso montar
Numa romaria em que era preciso acreditar
Apesar de tudo as crianças festejavam
Pensavam em felicidades
Inocentes!