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folhasdeluar

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A harpa

Tombados sobre a nossa própria pele

Respiramos as invisíveis luzes do deslumbramento

E mesmo que das montanhas se ergam rugas

E mesmo que a nudez se cole ao nosso corpo

Como o aroma de uma resina fresca

Seremos sempre peixes secretos

A navegar num fragmento de ausência

E mesmo que perturbemos o silêncio dos fantasmas

Aqueles fantasmas

Que florescem nas nossas grutas mais secretas

Aqueles cuja agonia é um vazio de estátuas

Expostas à mutilação do tempo

A nossa alma acenderá sempre o brilho antigo da vida

Erguer-se-á sempre do branco respirar da espuma

Como uma tarde que cai nas sombras do ocaso

E se enreda na fantasia de um relógio parado

Mas nós iremos por esses caminhos

Iremos preencher o vazio dessas estradas

Como quem escuta as sílabas de um Deus atónito

Ou o som de uma harpa chamada... Vida.

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