A hora do acordar
Entremos neste paraíso barrado por intempéries
Entremos neste sulco que escorre do vórtice gelado das estrelas
Perdidos...como líquidos a escorrer para a profundidade do deserto
Encontrados...como leitos de rios subindo o riso desértico do espaço
Desfeitos...como raios de vida barrando a claridade da morte...
Saio para a madrugada como quem entra para o colo do destino
Os meus passos falam de segredos que não posso contar
Mas...procuro o ouvido...aquele onde descansa o som do mundo
Quem sabe se hoje as horas cairão mais suaves sobre o meu despertar.
Enquanto as folhas caem e o pó solidifica sobre os móveis
Escuto nas paredes o som de um sono sólido
Como se fosse a anestesia das horas.