A minha sombra
Sentia-me só e voltei para casa,
Saí da festa com uma sensação de alheamento,
Nada lá me satisfazia...
Os risos destoados...as conversas vazias...
Ideias percorriam o meu corpo
Pediam-me o afastamento da inutilidade
Pediam-me o escuro da rua
Iluminada por candeeiros de parca luz.
À medida que me afastava dali,
Vejo a minha sombra a minguar de tamanho
Como que fugindo do meu corpo
Como se uma borracha de silêncio
Apagasse os meu traços.
Eu era rigorosamente uma sombra que se dissipa
E que se some sob a vastidão do infinito,
Como uma estrela no céu que ninguém vê
Como uma luz que não existe.
Seguia submergido em náusea
A minha sombra escura a decompor-se de mim
Num acende e apaga fantasmagórico
Mas..de repente, senti um ridículo arranque na alma...
e ri-me dessa sombra ...
Submeti-me à noite e fui avançando...
Que procuro? Que quero? Quem sou?
Dormir!....