A minha verdade
Nunca de mim saí
Nunca me desenhei
Todas as minhas formas
São presságios de sombra e de lua
Todo o meu sentir
Não passa de um sinal inscrito no destino
Todas a minhas palavras
Pertencem à mitológica sombra das verdades
Mas eu não sou mais que uma onda
A aportar a uma praia deserta
Não sou mais que um penedo
A apontar para a descrença dos céus
O tempo não me reconhece
As manhãs são varandas de silêncio
O tempo é um labirinto onde me perco
E a sombra que projecto nas paredes
É a única verdade de mim.