A noite cai...
É sempre igual o meu assombro
Perante a crueza do dia
A noite cai...
E com ela a sensação de mais uma consumição
De mais um disparate.
Insisto em ser a alma caótica
Que pronuncia o meu nome
Insisto em ser o sossego
Que devora a variação da luz
E quero ser a neve... a leve leveza
Que desaparece numa greta do mundo.
As águas arrepiam a salinidade da primavera
São o reinado das pedras a escorrer pelas encostas
Todos os instantes são de mudança
Nada é igual a cada instante que passa
A começar pela nossa idade
A idade que possui a cor do pasmo
Que esvoaça na linha explosiva do horizonte