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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A obscuridade do tempo

Somos conduzidos por pássaros de fogo

Através das noites inocentes

Seguimos curvas oprimidas

Que desaguam em cegos verões rolantes

Somos como lamentos fundos

Cansaços pronunciados...camisas engomadas

Escutamos nos ruídos familiares

A obscuridade do tempo a corroer-nos

E seguimos o nosso coração

Que nos traça um itinerário de assassino

Como se apregoasse um cansaço ambulante

Ou como um homicida que fala sozinho

Cristalizado...

Confundido pelos patéticos tempos

Que ecoam sob uma luz crua...sombria

Destoada de ar...

Atravessada por imagens amarelecidas

E por viagens em tempos delicados

Conservadas num recanto como carícias abandonadas

Que sobem todos os andares da alma

Até se despenharem nas ruas

Crispadas.. mas livres!

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