A obscuridade do tempo
Somos conduzidos por pássaros de fogo
Através das noites inocentes
Seguimos curvas oprimidas
Que desaguam em cegos verões rolantes
Somos como lamentos fundos
Cansaços pronunciados...camisas engomadas
Escutamos nos ruídos familiares
A obscuridade do tempo a corroer-nos
E seguimos o nosso coração
Que nos traça um itinerário de assassino
Como se apregoasse um cansaço ambulante
Ou como um homicida que fala sozinho
Cristalizado...
Confundido pelos patéticos tempos
Que ecoam sob uma luz crua...sombria
Destoada de ar...
Atravessada por imagens amarelecidas
E por viagens em tempos delicados
Conservadas num recanto como carícias abandonadas
Que sobem todos os andares da alma
Até se despenharem nas ruas
Crispadas.. mas livres!