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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A pele dos dias.

Não cabe em mim o tempo em que as árvores desfolham o destino

Não existe nem céu...nem beiral...nem lugar sem fim

Onde a impossível pétala rosa das manhãs seja apenas o começo de mim

E eu acorde maravilhado com a maresia que se cola às ruas vazias

 

Não há lugar...nem pátio...nem sombra

Onde o meu corpo desabe como um templo sem idade

E onde a infância renasça como um caminho ladeado por séculos de sonho

 

Em mim...repousam todos os lugares que não percorri

Em mim...crescem as sombras em palavras que desconheço

E o meu pensamento inventa pálpebras que não descerro

Porque os meus olhos se cobrem de gestos e de lábios...fechados

 

Desculpa...não percebi que o tempo era um solene raio de luz

E que na superfície das coisas...há uma abismo insondável

Que cai sobre a pele descarnada dos dias.

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