A plateia...
Esta noite esqueci-me de sonhar com o canto da luz
Esta noite esqueci-me de sonhar com a virtude solitária
Esta noite esqueci-me de sonhar com a essência da alegria
E fui...procurar a incompreensão pelas terras dissolvidas
Fui procurar o instante em que um fio de luz atravessou o espaço
Zunindo aos meus ouvidos astrais
Como se me alongasse nesse instante de energia
Fui procurar a fonte da origem das paisagens longas e misteriosas
Onde as brumas interiores já não se distinguem das noites imaginadas.
Fui procurar dentro das pedras
Enormes sentimentos castrados pelas nuvens
Confundi a lonjura com as lágrimas que alongaram o meu olhar
Alonguei-o mais do que a minha vista podia alcançar
E centrei-o no ponto longitudinal da árida poeira
Depois...atei a minha alma a um cadáver de refulgente transparência
Indeciso...perante um cenário de trágica comédia
Fui expectador e actor de todos os sentimentos
Deixei a pegada da minha alma no deserto
Junto à árvore seca onde a fonte da alma se extingue
E onde se apaga a luz do desconforto...
Só depois descansei...
Porque vi que abandonavas a plateia...
Deixando-a deserta!