A poeira alucinada da catástrofe
Por entre a poeira alucinada da catástrofe
Vi o embrião da agonia do ser
E o esbanjamento humano e terminante
Do discurso atolado num mar de contradições.
Impregnado de reminiscências em vias de desintegração
Com os alicerces carcomidos pelas teses filosóficas
Voltei-me transcendentemente para as estrelas
Esperando encontrar uma alucinação de imortalidade.
Faltou-me a concepção espacial do individuo,
E perante a certeza perene do findável
E de que não passaremos incólumes pela vida,
Descobri que não temo a tragédia.
Convoquei as adversidades pelo nome
Arremessei a minha dúvida sobre a terra
E devorei voluntariamente as ideias,
Depois expectorei os sobejos num delírio insano.