A respiração do amor..
Na noite...as sombras das árvores parecem crianças à chuva
Rumorejam em volta dos versos...Pessoa e Homero aparecem como setas
O sol queima os passos...as cidades perderam o valor...
São como hastes dependuradas na memória vaporosa das aves
Depois..chuva e grãos de areia são a mesma coisa...
Porém as colinas encaminham-se para a solidão
São a respiração do amor.. António Nobre e a decadência...
Os Alpes são brancos como sonos
Do mais quente do céu pendem sombras desarticuladas...Roma chora Virgílio
Eneias dorme sob a cerejeira...e os cavalos crescem sobre o musgo dos bosques
Nuvens leves como respirações aproximam-se de nós...
Cárites assombradas pelo espanto...cospem doces astúcias...
e nós florescemos nos prados..como imortais...