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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A separação

Torna-se pequeno o ar quando os corpos se afastam

Tornam-se apertados os largos espaços

Quando a distância

Não tem um lugar por onde abrir caminho

Tudo é pequeno...

Os olhos são pequenos

Os lugares são pequenos

Os olhares são profundamente pequenos

Diminuídos...lentos

Os corações cultivam orações distantes

Dissolvidas na agonia da espera

Porque na lenta caminhada para o encontro

Todos os nossos sentimentos

Se dirigem para o mesmo lugar

Todos seguem para aquele pequenino espaço

Em forma de coração

Para aquela pequenina existência

Magoada pela intempérie da separação

E por isso...lançamos gritos distanciados

Que a tristeza enfeitou com aragens solitárias

Alastra-mo-nos em caminhadas pelas trevas sem idade

Estamos incompletos...sós

O ar é abafado...

A respiração poisou sobre uma superfície áspera

O corpo inclina-se...descai

Os braços agarram-se ao espaço vazio

Que agora abraçamos incorpóreos e silenciosos

A lentidão tomou conta de nós

Os fragmentos dos momentos felizes

Tomaram conta de nós

O céu que é de todos...não nos quer

Tudo se arrasta...o medo alastra

E o calor do sol sobe-nos à boca

A idade desaparece

Torna-mo-nos intemporais

Mas..naquele preciso momento

Em que o hálito da terra fresca...reencontrada

Volta a enfeitar os nossos olhos

Os nossos sentimentos...os nossos corpos

E esse tempo distanciado foi apenas

Um pequeno passo

Um pequeno fragmento de uma viagem pela distância

Que já esquecemos

Porque tudo voltou ao seu lugar

E porque a aragem nos trouxe a paz

O rosto lembrado...e a certeza

De que não há separação

Que escreva no tempo

Que é para sempre...

 

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