A vacuidade dos sonhos
Beija depressa o fundo do meu sonho
Afoga-te nessa acendalha de ternura
Porque só eu sei ouvir o lume que aquece os vidros do tempo
Só eu vejo os sonos blindados nas frontarias de cal
Onde as rajadas de vento cantam como rouxinóis.
E as mãos secam o tumulto das horas
De que serve perguntar pelas cortinas fechadas?
De que serve servir de mestre e espada?
Se o risco dos lábios se levanta
E as palavras que nunca se acomodam
São objectivas ...grandes angulares
Feitas de vida e vinho e ritmos frenéticos
Aí está a vacuidade dos sonhos
A despedidas dos dias
A vida feita lenha e água
Mas a chama...
A chama de abrir muros e ganhar batalhas
Nunca seca.