Abram o meu corpo
Abram o meu corpo com os vossos bisturis
Perscrutem a minha alma inacabada
Descubram a minha pureza de ser gente
Vivendo entre o irreal e o descontente
Já que vendi os dias e comprei o nada
De noite ouço um murmúrio
Feito de um frio que vibra num canto obscuro
É a guerra a querer a paz?É a paz a desejar a guerra?
Serão plácidas flores a despontar na terra?
Ou são os meus olhos fechados ao vento escuro?
Nesta profunda ilha de flores absortas
Durmo nesta praia ...abraço as ondas
Desfaço-me em espuma... ergo as horas mortas
Desperto do sono...e despejo a alma nesta poltrona