Absoluto
Também tu me embalas como quem esquece a noite
Também tu me enredas nesse cravo apontado ao pensamento
Tu meu teorema assombrado...tu minha pele...
Tu meu medo e meu segredo.
Na minha orla decifro o vazio dos instantes
Nas covas das faces decifro lendas e palavras caladas
E eu só quero aproveitar aquele momento
Em que os relógios se erguem...e me mostram
A limpidez do frio que sai do gelo das plantas
Para me eriçar a sede de ser...homem.
Sim...saltei para a escuridão e confundi a noite
Era mais um a tocar os seios nus do silêncio
Era mais um a não querer apodrecer na geometria dos dias
Era apenas mais um...a querer o que não sabia.
Deixei que uma fonte cantasse para mim
Teci inocências junto à água
E tive a sensação de tocar o absoluto....