Acidez
Ácido desespero...espelhado num verão anil...
Cor da manhã...
Em que a dor indizível se liquefaz
E se esconde na pele das árvores... dilaceradas
Que desespero acredita no lirismo das espingardas enfeitadas com cravos?
Que vapores de amor uivarão nos romances gelados pela invernia?
Viveremos nós ...um dia... numa camisola de lã imaginária...que nos afugenta o frio?
E as opiniões que adormecem num sofá feito de definitivas desordens de ideias
Quebrarão o silêncio dos lobos cujos uivos são risos humanos?
Não sei...
Ttalvez eu sussurre orvalhos de amores desencontrados...
Talvez eu me recolha em olhos dilacerados pelo brilho da neve...
Talvez eu escute as árvores despenteadas pela alvorada ventosa...
Talvez eu adormeça sobre um coração feitos de equinócios
E a minha alma também adormeça embalada pelo teu nome...
Suspensa num infinito Natal ...só nosso!