Acorda-me...
Acorda-me...deixa que veja o que nos sobrou da noite
Acorda-me...deixa que ancore na extrema pétala da manhã
Na fundura mais extrema residem as palavras que nos cobrem
É lá que escutamos o riso dos barcos ecoando na noite
Sobrámos dentro da esperança..renascemos nas plantas primaveris
Brevemente o sol cobrir-nos-á de pétalas vermelhas
E a noite irá dissipar-se dentro da lucidez ácida do amor
Vejo-te agora como um mar onde adormeço
És a vaga que me desperta no ardor intenso do teu sono
O que nos sobrou depois de tanta tempestade?
Que caules desastrados pisámos?
Até quando vamos erguer-nos dos nossos escombros?
Tudo em nós desperta na luz impermanente
Fechados os olhos...terminada a floração das sombras
Seguiremos lado a lado...com a memória toda inteira..