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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Acordei com papos negros nos olhos

Acordei com papos negros nos olhos
E com a cara lavrada pelas rugas
Sentindo-me velho e gasto.
Empanturrado de espanto
Perante histórias infandas e escarniosas
Subiu-me a vontade de vomitar.
Olhei-me ao espelho... tinha o olhar ignorado
Como qualquer coisa quimérica.
Abarrotado de designios tétricos
Quis fugir desta floresta morta
Feita de ruas veladas e inundadas de escárnio
Onde abunda a selva das ideias feitas.
Friccionei a testa onde germinavam
Como num dilatado espaço de razões
Os frutos verdolengos de uma paz insana.
Olhei a infância em retroespectiva
Procurando excretar sentimentos dolorosos
Ouvi-me gemer como se transportasse alguém
Feito de coisas pesadas e gastas.
Os pensamentos desocupados
Eram senhores da odiosa verdade
Olho-me ao espelho onde não estou
Mas onde está a minha imagem que não vejo