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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Açores...

Deram-se as mãos...

Lá onde brilhava o júbilo faustoso de todas as belezas do mundo

A pedra negra resplandecia nos muros...

Protecção de uvas aos ventos

Nas falésias esburacadas ecoava o cântico aflito do mar...

A espuma subia pelas frestas basálticas

As nuvens espumosas tapavam metade da ilha...

Tudo vibrava no esplendor solarengo da luz

É ali que moram as divindades

Ali...onde o ser se torna etéreo e pequeno

Ali... onde se podem celebrar cânticos

E ouvir o som suave das ondas

Ali estão as florestas plantadas

Por deuses sem memória...

Para homens doces e fartos.

 

Ah belíssimas ilhas que veem ao longe

As suas irmãs coroadas pela auréola do Atlântico

Enquanto bebemos das fontes

Podemos inventar belos romances

Sem margens e sem palavras.

 

No mar víamos o esguicho das baleias

E a lendas dos pescadores

Vindas da bruma...desembocavam em nós

Belíssimos seres...as baleias...quase humanas

Ali onde não há tempo nem presente

Há ribeiros enfeitados com flores...vastas hortências

Amáveis ilhas...exultantes montes...

Tudo celebra o tempo das estrelas e das planícies solares.

 

Desembocámos em ti...

Como quem entra num coração de onde brota a mais cálida maresia

Tudo aqui foi desenhado pelas divindades...

Aqui as Cárites excederam-se no júbilo da beleza...

Floriramos como uma viagem pela maravilha que nunca acaba...

Encontrámos o pasmo nas asas de um fantástico açor..

Que nos enfeitiçou a alma

E até as nuvens se mostraram felizes

Perante  os nossos olhos prenhes de encantamento...

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