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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Admirável mundo...

Cresce a mim uma vontade de absoluto. Uma harmonia de incertezas. Um reconhecimento de unificação. A minha grandeza é a minha transcendência. A minha justiça é a minha resignação. Estou vivo. Vejo-me nessa imagem acusatória do sonho. Nesse palmilhar de feridas. Nessa tolerância de vento. Tudo o que por mim perpassa é apenas uma maré. Um acre andaime que esconde a fachada corrompida. O brusco vergar da realidade. A minha aventura é a minha própria essência. O meu rasto é..um tanger de silêncios. Um figurativo apocalipse de sensações cansadas. Uma modesta aprendizagem de abstractos. E a minha debilidade...são os instantes em que os meus olhos estão longe...de todas as finalidades.

 

Rodo os olhos...vejo o alto. Uma glacial alegria irrompe dos pássaros. Admirável mundo...condenado por olhos vidrados. Admirável profundidade de portas fechadas. Admirável alegria de jardins floridos. Crista de sol aquecendo um corpo esburacado. Perante a surdez das nuvens.

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