Adormecimento
Lá onde todas as almas clamam pela redenção
E onde todos os destinos
Querem atravessar o fantástico pórtico do infinito
Porque há liberdade no sangue das aves
E as calotes polares tremem de medo
Perante o aquecimento das sombras
Lá junto à hera que escuta
As nascentes que alimentam a sede do meio-dia
Há um longo momento em que as montanhas
Se parecem com seres alados
E até onde a vista alcança
Há prata e abismos sobrepostos à saudade
Porém..nas trevas do enigma há uma alma quente
Uma alma que conhece a sombra escarpada do Destino
Como um presságio...ou uma criança que não nasceu
E que espreita por entre o verde da folhagem
A hora celestial em que os homens adormecem.