Águas de novembro
E por mim passam ecos sonhos e estranhezas
E por mim descem grandes vagas de esperança
Mas sou eu que respiro por meticulosos poros
A inclemente força de um vento que me trás o ardor do mar
Na minha face se refletem as águas de novembro
Nos meus instantes há uma prisão de desejos
No meu peito há a ressonância de um tempo despovoado
E para além de tudo há um baile...uma cavalgada...um fastio
Que vive na minha boca de mar exposta aos ventos
Que afaga a acidez das grutas
Onde o tempo se apaga..se acaba...
Como o vaivém de uma onda coberta de algas...
Como o despedir de uma fonte misteriosa
Como uma faca que corta a lucidez dos anjos...
E que me abre o peito com a alucinação plena das horas...
Onde me deito...