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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Alma descoberta..

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 Naufraguei na penumbra atordoada dos oceanos..queimei os olhos com presságios

No frio..descobri a luz fosca de uns lábios..um sufoco de sangue latente

Como uma notícia soprada pela rubra ventania da tarde..

Cheguei para descobrir o medo

Naufraguei para atordoar os sentidos

Do meu peito jorrava uma felicidade doirada..um agonizar de flores perdidas

No centro de mim estava plantada a bala que me matou

Bala-paixão feita de um amargo sopro...o medo e a flor..lado a lado

Os meus gestos enroscavam-se na tarde...perfuravam o mar...sufocavam os oceanos

Aprendi contigo a desistir do choro.. a não perguntar pela poeira que entrava pela janela

Aprendi a falar com as absurdas portas feitas de espuma..

A deslizar pela fímbria solene das cidades

A pernoitar nos sítios onde o sangue sufoca as gargantas

Corpo e espírito abertos ao temporal

Alma descoberta..nu esplendor de solidão

Lábios que já não perguntam pela manhã...sopros ensolarados de dias felizes

De tudo desisti...até das balas amargas que ferem a imaginação

Hoje...sou o centro de uma luz que perpassa pelas portas atordoadas

Procuro-te...para que me voltes a lembrar de mim....