Alma efémera...
Um grito. O fundo da alma revelado. Hálito de névoa. Apoteótica efemeridade. Uma linha de cobre mostra o caminho. Estrada sem margens. O tempo pendurado no horizonte. A espera a desvanecer-se em nadas. Que esperas? Quando um areal de ouro se dobra debaixo dos teus pés. Quando a espuma das ondas explode num sermão de cores gritantes. E o olhar se projecta no alcantilado das falésias.Se nesse momento o céu é apenas um espesso balão a tapar a esperança. Se é apenas um futuro a desvanecer-se. Se é uma chapada de cores. E o oceano transformado em paleta. Fala do muito que fica por dizer. Do muito que fica por fazer. Fala do espesso e teatral assombro. Do nosso assombro perante a capacidade que o sonho tem. E eu misturado neste sol e sal e mar. Como um nevoeiro onde cambiam as cores...ascendo à minha iluminação. Sou a minha própria poalha a desabrochar num desmaio de luz esbranquiçada. Fantasma que ascende a si. Nuvem interstelar. Mancha revolta. Alma efémera. Pego em ti...e parto ao encontro da serenidade.