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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Amanhã há mais um dia para colher

Passo por ti...

Devagar

Passo por ti...

Por entre as luzes finas de uma tarde absorvente

Passo por ti...

Por entre a métrica de uma espuma que invento

Passo por ti... e fico... a ver-te... sem que o saibas

Sei que és aquele parco instante

Onde a minhas mãos se acomodam

E és também a janela

Por onde espreito as rotações do amor

Olho o teu gesto que absorve o limiar das correntes

Olho a recta real... desatenta

Dissolvida na lonjura de um tempo sem princípio

Abaixo-me e colho a flor rubra

Derramada pelas longas tiras do sol

Ofereço-me um pouco do teu caminhar

Descrevo-me em rostos que desconheço

Revejo-me na loucura das aves...sou uma ave

Ou uma pétala rodeada de silêncio

Cavalgo pela inutilidade da esperança

Dentro de um cíclico galope

Como se calcasse uma trave mestra

Transformo-me num digno sucessor do Destino

Não sinto a inconveniente desesperança

Sou o fumo branco

Que se ergue na magia da tarde

E apenas porque sei

Que amanhã há mais um dia para colher...

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